domingo, 12 de setembro de 2010

Estratégia Nacional de Defesa

O Brasil é pacífico por tradição e por convicção. Vive em paz com
seus vizinhos. Rege suas relações internacionais, dentre outros, pelos
princípios constitucionais da não-intervenção, defesa da paz e solução
pacífica dos conflitos. Esse traço de pacifismo é parte da identidade
nacional e um valor a ser conservado pelo povo brasileiro.
País em desenvolvimento, o Brasil ascenderá ao primeiro plano no
mundo sem exercer hegemonia ou dominação. O povo brasileiro
não deseja exercer mando sobre outros povos. Quer que o Brasil se
engrandeça sem imperar.
Talvez por isso nunca tenha sido realizado no Brasil, em toda a sua
história, amplo debate sobre os assuntos de defesa. Periodicamente,
os governos autorizavam a compra ou a produção de novos materiais
de defesa e introduziam reformas pontuais nas Forças Armadas. No
entanto, nunca propuseram uma estratégia nacional de defesa para
orientar de forma sistemática a reorganização e reorientação das Forças
Armadas; a organização da indústria de material de defesa, com a
finalidade de assegurar a autonomia operacional para as três Forças: a
Marinha, o Exército e a Aeronáutica; e a política de composição dos seus
efetivos, sobretudo a reconsideração do Serviço Militar Obrigatório.
Porém, se o Brasil quiser ocupar o lugar que lhe cabe no mundo, precisará
estar preparado para defender-se não somente das agressões, mas
também das ameaças. Vive-se em um mundo em que a intimidação
tripudia sobre a boa fé. Nada substitui o envolvimento do povo brasileiro
no debate e na construção da sua própria defesa.

fonte: "Estratégia Nacional de Defesa" Introdução, pág. 1

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